Abram os olhos e vejam os campos! Eles estão maduros para a colheita. (João 4:35)

Em meio a tudo o que temos visto e ouvido, em meio a guerras e rumores de guerra, gostaria de te chamar para refletir sobre o espaço que temos dado à missão. Sim, o ‘ide’, que deveria ser nossa prioridade, mas tem se tornado cada vez mais apenas uma demanda que preferimos deixar para o dia seguinte. E como são inúmeros os dias seguintes…

Quando Petrópolis, minha cidade natal, foi tomada pelo desastre de fevereiro de 2022, entendi, enfim, o que é a missão que cresci lendo e ouvindo sobre.

Pessoas e igrejas foram mobilizadas em prol do povo petropolitano de uma maneira tremenda, como eu nunca tinha visto antes. Minha igreja, a Primeira Igreja Batista do Alto da Serra, tornou-se um ponto de encontro de pessoas que tinham em seus corações um chamado muito claro para a colheita. Foi um tempo de muito desafio, muita dor e tristeza, mas em cada segundo ali, no meio do furacão, pude ver como as pessoas e voluntários presentes abraçaram a missão. Recebemos pessoas de todos os lugares do Brasil, mas uma em especial me toca até hoje.

Michel era um rapaz do interior do Paraná que, ao ver os acontecimentos do fatídico dia 15 de fevereiro, colocou em seu coração que iria para Petrópolis, se Deus assim o enviasse. Michel nos contou que não tinha dinheiro algum que pudesse suprir as suas necessidades do interior do Paraná até Petrópolis, mas que ao definir que iria responder ao clamor do povo petropolitano, Deus abriu portas, mostrou pessoas e desenvolveu redes para que Michel chegasse até a cidade.

Michel me mostra, até hoje, como um coração disposto a ir a colheita pode mover montanhas pela missão.

Temos a certeza de que Deus usa aqueles que Ele deseja usar, mas imaginem a perda de uma experiência com Deus que Michel teria sofrido se não tivesse um coração disposto e apaixonado pela missão?

Nós temos o privilégio e a responsabilidade em ter nesses vasos de barro um tesouro valioso que é a missão, o ide. Precisamos compreender que este tesouro é entregue a nós todos os dias, a todo momento, numa esperança e expectativa de que iremos aceitá-lo e de bom grado, transmitir a boa nova aqueles que precisam, através da missão, através do nosso chamado.

Hoje, gostaria de convidá-lo (a) a orar comigo, a refletir sobre o que temos deixado de viver na missão para qual fomos chamados por causa do nosso egoísmo, das nossas muitas tarefas do cotidiano ou até mesmo pela negligência ou a preguiça. Que possamos, com o coração honesto, uma mente sincera, pedir para que Deus não nos deixe de fora do que Ele tem feito no Brasil e no mundo. Intercedo, irmãos e irmãs, para que nossos corações tenham a missão como foco; que nossos corações entendam que, nas palavras do amado pastor Sinvaldo Queiroz, “quando alguém clama aos céus por socorro, Deus responde com um chamado”. Que possamos internalizar isso e compreender que a missão é o nosso maior privilégio e a nossa maior responsabilidade.