“Guardem sempre no coração as leis que eu lhes estou dando hoje” (Dt 6.6a).

Quando libertos do Egito, os hebreus precisaram passar pelo processo de adaptação à nova realidade. Antes cativos, subjugados pelas vontades dos seus senhores; agora livres, rumo a um lugar de paz e contentamento; e no meio de tudo isso, um deserto. Durante esse processo, receberam as leis do Senhor para que meditassem nela de dia e de noite, dia após dia, como forma de sempre lembrar o propósito do seu libertador.

Ao colocarmos em perspectiva a história do povo de Deus no deserto, todas as vezes que negligenciaram as leis do Senhor, o caminho para a nova morada parecia mais distante do que nunca. Foi assim também depois de já identificados como povo de Israel e continuou sendo assim até depois da ascensão de Cristo, como podemos observar nas Igrejas do primeiro século. Absolutamente, todas as vezes que o povo decidiu tirar do seu coração as leis do Senhor e substituí-las pelos bezerros de ouro e águas ungidas, a decadência tomou conta da nação.

As mesmas leis dadas aos hebreus romperam as barreiras geracionais, passaram por Cristo e nos seguem até os dias de hoje. E quantas novidades o povo de Deus já não experimentou de lá para cá? Quantas vezes já não precisamos recolher os caquinhos da nossa arrogância, juntar os trapos do nosso ego e começar tudo de novo? Quantas vezes a lei do Senhor não foi parâmetro de reconstrução e renovo? Neemias que o diga. Lutero, então…

Antes das misericórdias do Senhor se renovarem, nós nos lembraremos da nossa fonte de esperança (Lamentações 3.21-22). Se almejamos caminhar com a contemporaneidade a tiracolo, não podemos negligenciar o que é imutável. Sob o caminho que leva ao novo paira o eterno; o que era antes de tudo existir e o que se manterá quando a Nova Jerusalém despontar no despertar da eternidade. Para viver o novo, precisamos guardar o que é constante: as leis de um Deus justo, fiel, imutável e eternamente inédito.

Motivo de oração: Senhor, guarda o meu coração e não permitas que eu o coloque em qualquer outro lugar que não seja o teu cuidado eterno. Em nome de Jesus, amém!

Colocando em prática: Ao se deparar com o novo, lembre-se de que é imutável. O novo um dia pode se tornar obsoleto, mas as orientações de Deus nos acompanharão até o fim.

Elisama Torres,
membro da Igreja Batista Imperial em Recife – PE; educadora Cristã, coordenadora de Intercessão da Juventude Batista Brasileira, vice-presidente da Juventude Batista de Pernambuco,