“Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10 NVT)

Este verso se encontra na oração que Cristo nos ensinou, “Pai nosso”. Cristo nos ensina a evocar o Reino de Deus, isto é, trazê-lo para perto, de forma que o vivamos. Mas o que seria viver o Reino de Deus? Qual seria a cultura do Reino? E o que seria fazer a vontade Dele na Terra, assim como é no Céu? Muito poderia se afirmar sobre o Reino que Cristo veio estabelecer, mas gostaria de destacar três questões: Viver o Reino pressupõe dependência; o Reino precisa estar dentro de nós; e o Reino é Poder. Acredito que a partir destas três afirmações é possível entender que o Reino de Deus pode ser uma realidade em nossas vidas.

Primeiramente, é necessário perceber a relação de dependência e “inocência” que precisamos ter diante do Reino. Cristo afirma que “quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não poderá entrar nele” (Mc 10.15). Repare que quando uma criança se sente protegida por alguém, ela se entrega por inteiro a este alguém. Ela vive sem a malícia que infelizmente nos acostumamos cotidianamente, e absorve aquilo que acontece ao seu redor. Uma criança se satisfaz com pouco, e consegue brincar aos pés de seus pais, às vezes sem se afetar pelo que acontece em sua família. Precisamos depender de Deus como uma criança, que se entrega por inteiro e sentir prazer de estar “aos pés” do nosso Pai. Buscar primeiro o Reino de Deus (Mt 6.33), é reconhecer a total dependência que temos Dele, e mostrar o quanto somos satisfeitos por permitir que Ele guie os nossos passos.

Em segundo lugar, precisamos entender que o Reino está dentro de nós (Lc 17.21). Não adianta a nenhum de nós, esbravejar e dizer a todos que fazemos parte do Reino, se ele não for uma realidade em nossos corações.  Necessário é nascer de novo (João 3), e permitir que a ética de Cristo passe a nortear nossas vidas. Quando vivemos os princípios do Reino, aqueles que estão ao nosso redor sejam beneficiados por nossa existência, pois observam nossas obras e percebem que há uma maneira de se viver em que o amor prevaleça. Num tempo em que os humanos estão tão desumanos, demonstrar o amor como prática cotidiana e com naturalidade é nosso grande desafio.

E por último, mas não menos importante, reconhecer que o Reino de Deus é poder (1Cor 4.20). O Reino de Deus é poder! Se não entendermos do que de fato fazemos parte, e a quem representamos, isto é, de quem somos Embaixadores, não propagaremos o Reino por onde passarmos. Muitos se acovardam em fazer o que realmente foram chamados a fazer, se esquecendo do que o Mestre nos falou enquanto subia aos céus: “Mas receberão poder, ao descer sobre vocês o Espírito Santo” At 1.8. Em outra ocasião, Cristo vai dizer que nós que o seguimos, faremos obras maiores que as Dele. Deus não nos chamou com espírito de covardia, mas poder, com o que podemos fazer a real diferença onde estivermos.

Finalizando, é preciso destacar que o Reino de Deus consiste em Justiça, Paz e Alegria (Rm 14.17), e importa que a cultura do Reino seja percebida pelo nosso modo de vida. É como se trouxéssemos um pouco do céu para essa esfera terrena. É mostrar para as pessoas que cruzam o nosso caminho, que apesar de toda a maldade, toda a frustração, toda a opressão e toda a fragilidade que existe em nosso mundo e ao nosso redor, é possível viver em paz, com alegria e esperança. Viver o Reino é expressar o poder de Deus através de pequenos e grandes atos, em que o amor é o ponto central. Quando vivemos em prol do outro, assim como Cristo viveu por nós (1Jo 3.16), somos reconhecidos como seus discípulos (Jo 13.35), e a verdade (o Espírito) está em nós. Por isso, enquanto viver, propague o Reino. Porque quando clamamos e buscamos, o Reino vem! Que a oração de Jesus, seja uma verdade em sua vida!

 

Amnom de S. S. Lopes
Coordenador Geral da JBB