Recentemente o comitê de capacitação de liderança da JBB fez uma live no Instagram sobre o que não é um ministério de juventudes. Há muitas coisas que o ministério não é, mas foram selecionados cinco tópicos pra um bate papo descontraído de menos de 1 hora de duração. Segue aqui uma parte do que foi falado.

1)O ministério de juventudes não é um degrau

Muita gente acha que o ministério de juventudes é trampolim para o líder alcançar algo “maior” ou “mais importante” na “carreira” eclesiástica. E muitos líderes consideram seu ministério de juventudes assim. O problema está em não se entregar de verdade ao ministério que está exercendo porque está sempre aspirando algo diferente. Além do que, essa postura desvaloriza o ministério de juventudes. Dá a ele uma importância menor do que deveria. Aliás, quem garante que um bom pastor de jovens vai ser um bom pastor titular? Os que atuam nesses ministérios seriam apenas trainees?

Pensar dessa maneira faz pensar que então Deus não chama pastores para atuar com as juventudes? Seria coerente ter na condução de um ministério de juventudes alguém que não tem paixão naquilo que está fazendo? Alguém que se sente chamado pra exercer outro tipo de atividade? Alguém que não tem as habilidades necessárias nem um chamado específico pra atuar com as juventudes?

2) O ministério de juventudes não é uma fuga

Não é um movimento de oposição e resistência à liderança da Igreja, do tipo de que, no ministério de juventudes a gente faz o que a gente quiser! Não é um espaço para quem não quem servir em outras áreas, justificar que está servindo em alguma área. Não pode e não deve destoar do que faz a igreja, de maneira a criar um organismo paralelo dentro do outro maior. Não dá para tratar o ministério de juventudes como se ele não fosse uma parte da igreja, que se liga às outras como corpo.

Da mesma forma que a igreja tem uma história que deve ser respeitada, existem coisas novas, linguagens novas, maneiras novas de alcançar as pessoas e comunicar o Evangelho que precisam ser apresentados aos mais antigos pela juventude. Uma via de mão dupla que respeita o que veio antes, mas que não se fecha a novidades. Se a juventude não se propõe a esse diálogo intergeracional, ou ela repete o que sempre foi feito, ou se isola do corpo, e viola o sentido de ser igreja.

3)         O ministério de juventudes não é uma produtora de eventos

O ministério de juventude não é apenas um grupo que promove eventos. Nem as demais áreas da igreja podem pensar assim, nem os próprios ministérios devem se ver dessa maneira. Há muita coisa sendo feita, muito compartilhamento, muito discipulado, muito acompanhamento, muito crescimento espiritual que não é facilitado, nem percebido em grandes eventos. Talvez as juventudes que tenham essa mentalidade sejam aquelas que mais reclamam de que não conseguem produzir nada relevante por falta de recursos materiais. Talvez precisem descobrir o quão extraordinário pode ser o cotidiano de um ministério de juventudes vivo.

4) O ministério de juventudes não é uma agência de estágios

Muitos repetem coisas assim: “Nossos jovens são fortes! Eles tocam, operam o multimídia, carregam bancos, montam a decoração”, e delegam aos jovens apenas funções operacionais ou braçais, nunca algo relacionado a pensar a Igreja como um todo.

Jovens não podem ser usados apenas como mão de obra barata (ou gratuita). Além de contribuir com a disposição e com a força física, os jovens precisam ser ouvidos nas questões estratégicas da igreja. O planejamento, as finanças, as decisões organizacionais da igreja têm levado em conta a voz da juventude?

5) O ministério de juventudes não é uma redoma

O ministério de jovens não é uma redoma (nem irá conseguir ser). A tarefa da igreja não é isolar o jovem do mundo, mas, sim, ensinar o jovem a fazer suas escolhas, ser sábio e equilibrado. O sal e existe para dar sabor àquilo que não tem sabor. Nosso papel como igreja não é reduzir o mundo à igreja. Nosso papel é ensinar o jovem a servir a Deus onde quer que ele esteja, seja no trabalho, na ciência, na cultura ou no lazer.

Cabe a todos os envolvidos no ministério de juventudes saber o que ele não deve ser e não permitir que falsas percepções ministeriais se instaurem entre líderes e juventudes. É o caminho mais simples para que haja uma visão mais clara do que deve ser o ministério seja percebida por todos. Aí cabe a quem Deus designou pra essa tarefa, cumprir a sua parte e espalhar entre as juventudes esse amor que gera vida!

Petherson Costa e Vinicius Vargas

Coordenadores de Capacitação JBB